top of page
Buscar
  • mandaverorg

Um Banco como meio transformador


Por João Mendonça




Idealizar e fazer: A Criação do Sururote


Tecnologias surgem com o propósito de resolver problemas ou facilitar processos. Quando esse desenvolvimento visa causas sociais, pode-se desenvolver o que é conhecido como tecnologia social. Uma de suas principais características é ser participativa, visto que a intenção é que a própria comunidade se aproprie dos recursos viabilizados em busca de soluções.


“O maior desafio é como você traz a inovação, (...) a expertise, conhecimentos de alto padrão e conseguir traduzir isso para que chegue na ponta desse território, de forma que não perca sua eficácia e sua efetividade na entrega do resultado”, trouxe Lisania Pereira, Presidente do Instituto, ao explicar sua concepção sobre tecnologia social.

Ela complementa “termina sendo uma tecnologia pela inovação porque nós conseguimos converter isso para um papel que faça sentido aqui dentro do território, e que continue causando o mesmo impacto e resultado que causaria, [falando] de forma ousada, no Vale do Silício.


Nisso, surgiu pelas mãos do Instituto Mandaver em 2019 no bairro do Vergel do Lago, Maceió, o Banco Laguna com o objetivo de viabilizar recursos, fomentar o empreendedorismo e a economia circular. O objetivo inicial era solucionar o problema do descarte irregular das conchas do sururu, que era em grandes quantidades e não tinha um planejamento ideal de despojamento a se seguir.



Juntou-se isso a uma realidade de fragilidade econômica vivida pela maioria das famílias no bairro, o Banco veio justamente para tentar driblar essas limitações causadas pela baixa escolaridade, falta de acesso ao microcrédito, investimentos públicos, e déficits de alternativas para geração de renda.


Dessa forma, atuando também no viés sustentável, a Ecosururu é uma linha socioambiental especial para as marisqueiras que promovem um descarte regular das cascas do sururu, além de proporcionar o cooperativismo e a sustentabilidade. Assim, surgiu a ideia de produzir um subproduto a partir desse material (da casca), o cobogó, que pode ser usado como item decorativo ímpar.

Marisqueira - Foto: Mirelly Pereira
 


Isso causou uma valorização da economia do sururu, que vinha sendo subvalorizado apesar de ser um patrimônio regional e uma iguaria local. Mas não é só isso, com a venda desses montantes de cascas, a mulher recebe um valor equivalente ao kg que pode ser usado em comércios locais por meio da moeda comunitária Sururote.





Um motor de transformação: entendendo as linhas de atuação do Banco


O Banco Laguna tem outras diversas formas de atuação e seu impacto é muito abrangente, chegando em meados de 2022 com um montante de aproximadamente R$50.000,00 em Sururote circulando na economia local e um aumento de 80% da renda de cada marisqueira. E esse resultado tem uma estruturação por trás.


Uma das primeiras ações após o start do Ecosururu foi a implementação de oficinas de capacitação para mulheres, como a de economia solidária, gestão de resíduo e da própria moeda social.


Ainda em 2021 houve a primeira reunião do conselho consultivo comunitário, composto por agentes que realizam trabalhos sociais e educacionais no território, buscando aumentar o raio de abrangência nas camadas da comunidade e fortalecer a estrutura.

Atualmente o banco se organiza em 3 linhas, vamos conhecê-las?


A primeira é a Microcrédito Empreendedor, ela é destinada de forma exclusiva para o empreendedor que deseja iniciar seu próprio negócio ou almeja expandir/melhorar a capacidade do seu comércio atual. A ideia principal é a confiança mútua entre os lados, dessa forma não há análise de crédito como em bancos tradicionais, mas, sim, a atuação de um conselho comunitário chamado Cac (Comitê de Análise de Crédito) que torna o processo mais humano e inclusivo;


Segundo vem a Ecosururu que foi o epicentro do surgimento do banco comunitário, que como já explicada logo acima, consiste em um conjunto de ações de teor sustentável e social que tem o intuito principal de enriquecer a cadeia do sururu para marisqueiras que tiram o sustento do mexilhão;

Créditos: Marcos Felipe
Moeda Social Sururote - Foto: Marcos Felipe

O Auxílio Sururote busca aumentar a renda de famílias que participam do Plano de Decolagem Familiar da Favela 3D. Dentro das premissas do programa, um de seus pilares é a Graduação da Pobreza que busca impactar o eixo de Desenvolvimento Social elevando algumas estruturas familiares até a efetivação da quebra do ciclo da pobreza. O valor mensal de R$200,00 é dado em sururote para a chefe de família e também serve para manter os integrantes engajados no programa e suas metas.


Para Marya Jaqueline, supervisora de microcrédito, o diferencial do Banco Laguna é o modo como ele impulsiona a comunidade a se desenvolver na educação financeira e ter um crescimento financeiro, desenvolvendo o empreendedorismo territorial e a geração de renda.


Créditos: Marcos Felipe
Marya Jaqueline, supervisora de microcrédito. - Foto: Marcos Felipe

O projeto vem obtendo sucesso, transformando o território e apresentando soluções que se adaptam à realidade local. Isso significa um impacto real e que causa mudanças palpáveis no âmbito social, cultural e econômico no bairro do Vergel do Lago.


Os novos horizontes para a tecnologia que muda vidas incluem a linha Microcrédito desenvolvida para atender necessidades pontuais da comunidade. O valor será disponibilizado em Sururotes tendo limite de R$200,00 sem juros e sem taxa administrativa voltada para o público de extrema vulnerabilidade socioeconômica.


Nosso banco é transformador, circular e do povo. Saiba mais entrando em contato e acompanhe as novidades em nosso Instagram. Além disso, você pode marcar uma visita para conhecer nossa estrutura e demais características.

156 visualizações0 comentário
bottom of page